O caranguejo-peludo-de-coral (Cymo melanodactylus) ajuda a evitar uma doença mortal na grande Barreira de Corais da Austrália, segundo estudo publicado pela Escola de Biologia Marinha da Universidade James Cook, em Queensland.
Os cientistas estudaram o impacto desse animal em fragmentos de coral que sofrem um processo de branqueamento, presente em todo o perímetro dos oceanos Índico e Pacífico. O problema é ligado ao aumento da temperatura da água.
Os caranguejos não erradicam a doença, cujos mecanismos continuam sendo pouco conhecidos, mas o estudo mostra que, diferentemente do que se acreditava, os bichos contribuem para retardá-lo. Graças ao caranguejo-peludo, o branqueamento ocorre três vezes mais devagar.
“Penso que eles são úteis ao consumir o tecido de coral caído e ao ingerir os micro-organismos associados que poderiam prosperar nesses tecidos mortos ou agonizantes”, explicou o biólogo Joseph Pollock à AFP.
Dessa forma, os animais estabelecem um “cinturão sanitário” entre as colônias saudáveis e as doentes, explicou o pesquisador.
Nos últimos 30 anos, a Grande Barreira de Corais da Austrália perdeu mais da metade de seus corais por causa de tempestades, do aquecimento dos oceanos e dos efeitos devastadores de uma estrela-do-mar que se alimenta de corais.
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