Atartaruga que você está vendo acima é o primeiro animal dessa espécie a apresentar biofluorescência, a propriedade de absorver, transformar e reemitir a luz com uma cor diferente da original. Na realidade, até então não havia registros de nenhum réptil que pudesse realizar tal façanha.
A imagem foi feita nas Ilhas Salomão, um arquipélago que fica ao nordeste da Austrália. Conhecido como tartaruga-de-pente ou tartaruga-legítima, o animal foi flagrado pelas câmeras do biólogo David Gruber, que está produzindo um documentário 3D IMAX sobre organismos biofluorescentes. Apesar de estar acostumado com animais que brilham, o próprio Gruber foi pego de surpresa, conforme contou no vídeo de divulgação da descoberta. “Eu estava filmando um coral e a tartaruga passou em frente à minha lentee ficou uns cinco minutos ali passeando com a gente”.
Um dos fatores que chamaram a atenção dos mergulhadores é que a tartaruga possui um brilho em duas cores diferentes: vermelho e verde. Em geral os animais biofluorescentes podem ser vermelho, verde e até laranja, mas nunca bicolores: sempre apenas uma dessas cores pode ser observada. É importante não confundir biofluorescência com bioluminescência, fenômeno em que o animal ou produz sua própria luz através de reações químicas ou hospeda bactérias que emanam a luminosidade.
Como toda boa descoberta científica, a biofluorescência das tartarugas levantou mais perguntas que respostas. Os pesquisadores agora querem entender o motivo dessa característica: as tartarugas utilizam esse recurso para encontrar seus companheiros de grupo? Para rastrear uns aos outros?
De acordo com o Tamar, entidade de preservação das tartarugas marinhas brasileiras, aEretmochelys imbricata está classificada como “criticamente ameaçada” tanto no Brasil como no resto do mundo. Ela é considerada “a mais tropical de todas as tartarugas marinhas”, costuma viver em águas rasas e gosta de se alimentar de esponjas, anêmonas, lulas e camarões, aproveitando o bico estreito para procurar alimentos nas fendas dos recifes de corais. Ainda segundo o Tamar, a estimativa é que no mundo todo existam apenas 34 mil dessas tartarugas em idade reprodutiva – os estados brasileiros em que elas realizam a desova com maior frequência são Bahia, Sergipe e o litoral sul do Rio Grande do Norte.
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