“Os tripulantes do submarino Lula 1000, Joachim Jakobsen, Kirsten Jakobsen e a jovem Ana Jakobsen, de apenas 13 anos, foram surpreendidos no mergulho do passado dia 05 com uma vasta extensão de corais amarelos no topo de uma colina submarina que se encontravam a explorar à saída do canal Faial-Pico”, referiu à Lusa a relações-públicas da fundação, Aurora Ribeiro.
Aurora Ribeiro explicou que, além da beleza, era “impressionante” a vastidão da área ocupada por estes organismos, que se estendia “muito além da zona” que os holofotes do submarino iluminavam. O mergulho, acrescentou, foi “amplamente documentado” através de fotografia e vídeo de alta definição.
A relações-públicas da Fundação Rebikoff-Niggeler referiu que um recife de coral se caracteriza por ser uma estrutura formada por corais vivos duros que crescem sobre esqueletos de outros corais mais antigos, criando uma estrutura tridimensional complexa e diversos microhabitats para a vida marinha.
Segundo a responsável, “até à data nunca tinham sido documentados” recifes de coral a tão baixa profundidade no mar dos Açores e “muito menos se conhecia” a existência deste, em particular, a uma curta distância do Faial.
Aurora Ribeiro referiu que os investigadores Filipe Porteiro, Marina Carreiro Silva e Fernando Tempera, da Universidade dos Açores, tiveram acesso às imagens captadas e confirmaram “tratar-se efetivamente” de um recife formado pelo coral Dendrophyllia e situado a profundidades entre os 280 e os 300 metros.
Para Aurora Ribeiro, a descoberta desta estrutura natural “evidencia o pouco que ainda se conhece” sobre o mar profundo que rodeia as ilhas dos Açores e o “papel fundamental e pioneiro” que a Fundação Rebikoff-Niggeler e o submarino Lula 1000 desempenham para o aumento desse conhecimento.
A Fundação Rebikoff-Niggeler está sediada na Horta e tem como principal objetivo proceder à documentação do mar profundo, tendo construído dois submarinos, o mais recente dos quais, o Lula 1000, constitui um dos dez submersíveis científicos do mundo que descme à profundidade de 1.000 metros.
O submarino está disponível para trabalhos de investigação e documentação desenvolvidos por instituições nacionais e internacionais no mar dos Açores.
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