A zona do crepúsculo no oceano pode ser a chave para alimentar e proteger a vida na Terra

Você pode pensar na zona do crepúsculo no oceano como uma série de ficção científica de TV. Mas a expressão também se refere àquela camada profunda, escura e mediana do oceano, entre 200 e 1000 metros. Parte do oceano que foi largamente ignorada até agora. Uma equipe de cientistas do Instituto Oceanográfico Woods Holede Massachusetts, voou para as Bahamas para estudar esse lugar misterioso e as diversas criaturas que vivem lá.  Como eles sobrevivem nesta zona onde não crescem plantas? O que eles comem? Quais são as adaptações que os zooplânctons e os peixes que vivem profundamente têm que os permitem sobreviver, reproduzir e florescer na zona do crepúsculo?

Censo de vida marinha na zona do crepúsculo no oceano

O site www.dn.pt diz que “investigadores do Censo de Vida Marinha, projecto internacional que apresentará em 2010 a primeira lista da vida marinha, registaram 17.650 espécies a mais de 200 metros de profundidade e 5.722 a mais de um quilômetro. Este é o local que os estudiosos definem com “zona de crepúsculo“, onde a ausência de luz impede o processo de fotossíntese. Por isso, a existência de uma flora ativa.

A viagem dos cientistas de Woods Hole

De acordo com o site qz.com, “a viagem faz parte de um projeto de seis anos usando novas tecnologias para entender melhor a zona do crepúsculo antes que seja tarde demais. Pesquisas recentes sugerem que há mais peixes do que qualquer outra parte dos oceanos do mundo. Esta pode ser a próxima fronteira para a indústria pesqueira. Países como a Noruega desenvolveram  tecnologia que permite extrair centenas de peixes de cada vez das profundezas. À medida que a pesca de águas superficiais decai, os cientistas do Woods Hole querem coletar informações para informar as políticas que permitem que a zona do crepúsculo seja explorada de forma sustentável.”

Algumas criaturas marinhas descobertas

O  www.dn.pt diz que, “Entre as criaturas mais estranhas encontradas, descobriu-se um octópode  com dois metros de comprimento, que vive a 1,5 quilómetros de profundidade nas águas do centro do oceano Atlântico. Foi baptizado como “Dumbo” devido às grandes barbatanas em forma de orelha que utiliza para se propulsionar.  Também no Golfo do México, mas a 2,7 quilómetros de profundidade, os cientistas registaram em vídeo o momento em que uma larva transparente caminhava apoiando-se nos seus numerosos tentáculos. Ainda na seção curiosidades, uma minhoca que come petróleo.”

Assista ao vídeo do polvo Dumbo

Biodiversidade marinha nas altas profundidades

Os cientistas expressaram a sua surpresa pela diversidade da vida nas profundidades abissais, onde se podem encontrar numerosos organismos vivos, já que muitas destas espécies chegam a viver a profundidades de até cinco quilómetros. Robert Carney, um dos responsáveis pelo projecto destacou que é “difícil de entender que haja tanta diversidade” no fundo dos mares e oceanos. “Apesar do solo dos fundos profundos parecer monótono e pobre em alimentos, existe lá a maior diversidade de espécies possível”, assinalou Carney, que relacionou o fenómeno com os numerosos recursos dos organismos para sobreviver num ambiente tão hostil.

Zona do crepúsculo, definição

É um elo crítico entre a superfície e o oceano profundo. Cientistas estão interessados ​​no que acontece lá. É um componente importante da cadeia alimentar oceânica. Há uma pele fina no topo do oceano, onde a luz penetra, a fotossíntese acontece e o fitoplâncton cresce. Alguns zooplânctons e peixes na zona crepuscular migram diariamente para águas superficiais para se alimentar de fitoplâncton, ou comem uns aos outros. Mas muitos bichos no fundo do mar ou no fundo comem detritos – fitoplâncton morto ou as fezes do zooplâncton, por exemplo – que afunda da superfície como o maná do céu. É chamado de “neve marinha”. É o suprimento de comida para o mar profundo.

Projeto Ocean Twilight Zone

O projeto Ocean Twilight Zone envolverá uma série de expedições a diferentes partes do oceano, onde os cientistas estão usando veículos operados remotamente e redes de reboque para coletar DNA da água e até mergulhar em um submersível para ver a zona do crepúsculo com seus próprios olhos. A expedição às Bahamas foi financiada pela OceanX e ocorreu em seu navio de pesquisa Alucia.

Imagem de capa: Woods Hole

Fontes:

https://www.dn.pt/ciencia/interior/descobertas-especies-que-vivem-na-escuridao-do-mar-1428806.html

https://qz.com/1582785/scientists-explore-the-oceans-forgotten-twilight-zone/.

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