Sete mergulhadoras japonesas desaparecidas em Bali

AFP PHOTO / SONNY TUMBELAKA
AFP PHOTO / SONNY TUMBELAKA

Sete mergulhadoras japonesas estão desaparecidas ao largo da ilha indonésia de Bali, depois de terem saído para mergulhar na ilha de Nusa Lembongan. O grupo, que incluía cinco turistas e duas instrutoras de mergulho residentes em Bali, saiu de barco na sexta-feira de manhã e não regressou.

As autoridades indonésias iniciaram as buscas na sexta-feira à tarde, sem sucesso, e neste sábado de manhã reforçaram as equipes de busca e salvamento, por terra e no mar. Inicialmente, o porta-voz da polícia de Bali, Coronel Hariadi, disse que tinha sido encontrado no local o corpo de uma mulher, que seria de uma das turistas, mas esta informação foi mais tarde negada pela mesma polícia. Continuam desaparecidas as sete mergulhadoras, com idades entre os 27 e os 59 anos.

As mulheres alugaram um barco para irem mergulhar nos mangues de Crystal Bay, em Nusa Lembongan, uma de três pequenas ilhas (juntamente com Nusa Penida e Nusa Ceningan) situadas a cerca de 20 quilometros de Denpasar, capital da ilha de Bali. Saíram na sexta-feira de manhã, logo após a região foi atingida por ventos e chuvas fortes, de acordo com o chefe da polícia local, major Nyoman Suarsika.

Em declarações à agência de notícias japonesa Kyodo, o major Suarsika adiantou que o grupo começou o mergulho por volta das 13h na sexta-feira e não voltou a ser visto desde então. “Estava muito mau tempo nessa altura. O vento estava forte, com chuva intensa”, afirmou. O dono do barco confirmou que as turistas tinham feito dois mergulhos de manhã, mas que não regressaram após o terceiro mergulho, ao início da tarde.

Segundo fontes oficiais japonesas, citadas pela agência Kyodo, as mulheres teriam já participado em pelo menos 50 viagens de mergulho.

Fortes correntes exigem experiência

Aquela zona é muito procurada pelos amantes do mergulho, pelos seus corais e águas cristalinas, onde se encontram com frequência os enormes Mola mola (conhecidos como peixes-lua, os peixes vertebrados mais pesados do mundo), aos 30 metros de profundidade.

A ilha faz parte do Triângulo de Coral, uma zona que abrange os oceanos Índico e Pacífico, com 5,7 milhões de quilometros quadrados partilhados por seis países – Filipinas, Malásia, Indonésia, Timor-Leste, Papua-Nova Guiné e Ilhas Salomão – e contém cerca de 30% dos recifes de coral existentes no mundo, com mais de 3000 espécies de peixes.

Mas não é a primeira vez que ocorre um acidente com mergulhadores em Crystal Bay, conhecida pelas fortes correntes, não recomendáveis a pessoas com pouca experiência. Em Agosto de 2012, dois turistas morreram enquanto praticavam mergulho e a polícia apelou aos responsáveis dos centros de mergulho para que deixassem de levar clientes àquela zona.

O proprietário de um centro de mergulho sediado em Bali, Murfi Chan, admite que este caso tenha algum impacto negativo na indústria do mergulho, mas acredita que será temporário. “Apesar de o mergulho ter alguns riscos, é uma actividade segura desde que [o mergulhador] cumpra as regras, domine a técnica e conheça os locais muito bem”, disse Chan ao Wall Street Journal. “Bali tem mais de 50 locais de mergulho que são seguros”, acrescentou.

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