Texto: Luiza Vieira e Erika Beux | Fotos: GoMartins e Erika Beux
Na última sexta-feira, 21/06, parte da equipe do projeto Open Explorer da National Geographic, Brazilian Marine Parks, foi ao Parque Estadual Marinho da Laje de Santos com objetivo de filmar o local na expectativa de encontrar mantas. A expedição veio da parceria entre Felipe Martins, Embaixador da Padi, pesquisadores do Projeto Mantas do Brasil, Tartarugas Marinhas das Ilhas, Erika Beux e destemidos mergulhadores que aceitaram o desafio de encarar o mar revolto, cuja previsão climática alertava para ressaca naquele dia.

Mesmo com todas as condições adversas com a passagem de uma frente fria que avançou pelo litoral paulista no feriado de Corpus Christis, o grupo optou por manter a operação e a saída da Marina Tune em São Vicente foi adiada em 1h, pois havia expectativa do mar acalmar ao longo do dia.

A navegação de ida até a Laje de Santos – cerca de 40km da costa – foi um tanto conturbada devido às grandes ondas que atingiam o barco. Felizmente, a situação virou e, ao chegar no parque marinho, o mar já estava mais calmo e a água, espetacular; azul, com aproximadamente 15 metros de visibilidade, temperatura de 24 graus e uma correnteza fraca.
O grupo realizou dois mergulhos no lado oeste da Laje de Santos, na região entre o Portinho e Naufrágio Moreia.

Dessa vez, as mantas não vieram, mas foi possível avistar diversas espécies de animais como bodiões, frades, garoupas, olho-de-boi, xaréu branco, pargos, cardume de salemas e de raias-prego, bem como tartarugas-verdes. O lixo, hoje parte do ecossistema marinho, também estava presente.

Regiões portuárias como a Laje de Santos, com grande fluxo de navios, têm uma propensão maior a proliferação de doenças no ambiente aquático por estes carregarem uma vasta quantidade de materiais orgânicos e trazerem consigo poluição de outros lugares.

Estas são algumas das possíveis causas da fibropapilomatose, um herpes vírus que causa verrugas nos animais nas partes moles e pode chegar a matá-los quando obstruí o aparelho digestório e reprodutivo. Durante um dos mergulhos, a equipe avistou uma tartaruga-verde que sofre do problema.

Segundo Carol Luchetta, bióloga coordenadora do Projeto Tartaruga Marinha das Ilhas, a causa ainda é incerta.
“O que se observa é que em lugares mais poluídos há mais tartarugas doentes, por isso que se imagina que tenha alguma relação com a poluição. E, quando se diz poluição, não é só a questão de plástico, mas também de agrotóxicos. Por isso, perto de lugares onde têm plantação, as tartarugas sempre aparecem mais doentes.”

A pesquisadora comenta que a frequência das tartarugas doentes tem aumentado, assim como o tamanho dos tumores nelas encontrados.
As imagens registradas serão utilizadas na produção de um vídeo para a PADI, uma das maiores certificadoras de mergulho do mundo. Além de divulgar internacionalmente a experiência de mergulhar nas belas águas brasileiras, o projeto visa também a conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação do ecossistema marinho.

“Mais de 70% da superfície do Planeta é coberta por água e os cientistas estimam que mais de 80% das espécies marinhas ainda não foram descobertas. Um prato cheio para nossos aventureiros aquáticos”, comenta Felipe, que também é CEO da GoMartins, produtora dos vídeos.

O projeto Open Explorer da National Geographic, Brazilian Marine Parks, já passou por outros locais de enorme significância para o ecossistema marinho do Brasil como Ilha Grande, Angra Dos Reis, Abrolhos e Arraial do Cabo. A próxima expedição será para Fernando de Noronha, um dos destinos mais procurados pelos mergulhadores. O trabalho da equipe, composta por Felipe Martins, Carol Brenck, Luiza Vieira e Roberto Benatti pode ser acompanhado aqui.
Assista ao teaser do que vai ao ar nos próximos dias:
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