Pesquisa estima que 17% dos animais marinhos podem desaparecer até 2100

Foto: Peixe Bandeira, nativo do Oceano Índico, é registrado na costa de São Paulo — Eric Comin/Arquivo Pessoal

Cerca de 17% dos animais marinhos (peixes, invertebrados, mamíferos) poderão desaparecer até 2100, se as emissões de CO2 seguirem o ritmo atual – adverte uma avaliação internacional inédita publicada na terça-feira (11) na revista americana PNAS.

A perda, que já começou, considera apenas os efeitos do clima, sem incluir outros fatores como a pesca predatória e a poluição, e teria grande impacto na biodiversidade e na segurança alimentar.

Agrupados no consórcio “FishMIP” (Fisheries and Marine Ecosystem Model Intercomparison Project), 35 pesquisadores de quatro continentes fizeram uma avaliação global dos efeitos do aquecimento global nos recursos pesqueiros.

Se as emissões de gases causadores do efeito estufa mantiverem sua trajetória atual, a biomassa global de animais será reduzida em 17% até 2100, em relação à média dos anos 1990-99, apontam os cientistas.

Se o mundo conseguir manter o aquecimento abaixo de 2°C, a queda pode ser limitar a 5%, acrescenta o estudo.

“Seja qual for a hipótese das emissões, a biomassa global dos animais marinhos vai cair, devido ao aumento da temperatura e ao retrocesso da produção primária”, diz a pesquisa.

Para cada grau de aquecimento acumulado, o oceano perderá cerca de 5% adicional de biomassa animal.

Futuro dos ecossistemas

Em 2015, em Paris, vários países se comprometeram a manter a temperatura abaixo de 2°C, em relação à era pré-industrial. Em 2018, porém, as emissões e concentrações de gases causadores do efeito estufa alcançaram um novo recorde mundial, antecipando um cenário futuro de +4°C.

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