O navio de pesquisas denominado Riobaldo, usado por décadas em pesquisas científicas no litoral brasileiro, está desativado há mais de 10 anos no Porto do CEPENE – Centro de Pesquisas do Nordeste, situado no município de Tamandaré, litoral sul de Pernambuco. Ao ser “aposentado”, o rebocador apresenta grande risco ao meio ambiente, pois pode afundar a qualquer momento numa área de difícil remoção.
Por ter um custo altamente inviável para sua reforma, o ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade –, que detém sua posse, quer se desfazer dele, e anunciou ser favorável à sua doação ao município de Maragogi, com o intuito de ser afundado como recife artificial.
Paulo Flórido, da AOMM – Associação das Operadoras de Mergulho de Maragogi, disse que a Associação se prontifica a custear boa parte do processo de afundamento do rebocador, o que seria de extrema importância para a região norte do estado, vez que a mesma passaria a ofertar um serviço de turismo que cresce 34% ao ano.
“Ao redor do planeta, milhares de mergulhadores viajam em busca de conhecimento acerca das histórias desse encantado mundo subaquático, sem medir esforços e economia”, disse ele. “A demanda desse setor é tão grande que já surgiram várias agências de viagens exclusivamente para esse tipo de aventura. É o caso da Oxigenação, em São Paulo, que já soma milhares de clientes fiéis que realizam no mínimo duas viagens ao ano ao redor do planeta.”
Paulo disse que, para o ICMBio doar o navio, seria necessário, apenas, uma solicitação da Prefeitura Municipal de Maragogi, demonstrando interesse, que foi dito na última reunião sobre o tema, por Paulo Roberto Corrêa, da APA Costa dos Corais. A Secretária de Meio Ambiente de Maragogi, Edjanete Cândido, no entanto, explicou que o processo não é tão simples assim:
“Existe, sim, interesse por parte da nossa Secretaria, para que seja realizado o naufrágio desse navio. Porem, é necessário que seja apresentado um projeto contendo todas as informações de como será realizada essa ação, incluindo Parecer Técnico, deixando claro a área que será utilizada para o naufrágio. Mas estamos cientes do beneficio ao meio ambiente. Podemos afirmar que esse navio, após o naufrágio, se tornara um habitat artificial, que por sua vez servirá de abrigo para varias espécies. Com isso, existe a grande possibilidade de aumentar a comunidade de recifes de coral em nosso município.”
A Secretária de Turismo de Maragogi, Mariana Gorenstein, também afirma que tem total interesse em consolidar o naufrágio:
“Tenho um diálogo muito aberto com a AOMM e todos os associados sabem das nossas intenções de criar mais esse atrativo para o destino. O que está dificultando não é a solicitação, é o custo do projeto que é muito alto, orçado em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), e o ICMBio exige esse projeto das operadoras de mergulho. Esse é o real impasse. Já estive com as operadoras várias vezes discutindo esse assunto, e, em algumas delas, foi a própria Secretaria que chamou para uma parceria.”
“Maragogi não pode de maneira alguma perder essa possibilidade de ser inserida nesse grande mercado. O afundamento desse navio de grandes histórias em nossas águas é de extrema importância para o meio ambiente e para o crescimento econômico”, disse Paulo Flórido. “Se não conseguirmos rapidamente finalizar esse processo, corremos o risco de o navio ser doado para desmanche em um ferro velho, e riscaríamos a história do Riobaldo dos livros científicos e de nossas memórias.”
A AOMM está recorrendo à Costa dos Corais Convention & Visitors Bureau, que se dispôs a receber os associados para uma reunião a ser agendada. A intenção é conseguir o apoio da entidade.
Fonte: Maragogi News
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