Operação Fast Food da PF e ICMBio autua 12 fotógrafos sub em Maragogi

Fiscais do ICMBio e agentes federais durante a operação na costa de Maragogi
Fiscais do ICMBio e agentes federais durante a operação na costa de Maragogi

Operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), desencadeada na quinta-feira (27), resultou na autuação e aplicação de multa a 12 fotógrafos subaquáticos que atuam nas piscinas naturais de Maragogi, a 5 km da costa, no Litoral Norte de Alagoas.

Batizada de Fast Food, a operação flagrou os fotógrafos alimentando os peixes, o que é proibido pelo plano de manejo da Área de Proteção Ambiental  (APA) Costa dos Corais.  A prática irregular já está desautorizada desde 2008 (através de Instrução Normativa do ICMBio, e sua proibição foi ratificada em 2013 com a aprovação do Plano de Manejo da Unidade de Conservação (Portaria n° 144/2013).

“Eles descumpriram o regramento da Unidade de Conservação”, explicou o chefe da APA Costa dos Corais, Paulo Roberto Corrêa.  Os infratores tiveram máquinas fotográficas digitais e caixas estanques apreendidas pelos fiscais e policiais federais. Eles desembarcaram nas piscinas naturais numa lancha pelicano. Antes, os agentes se disfarçaram de turistas para flagrar a irregularidade.

Alimentos, como pães e até ração canina, são usados pelos fotógrafos como isca para atrair os peixes para junto dos turistas que posam para fotografias. A prática é antiga. CDs com as imagens são vendidas pelos fotógrafos por cerca de R$ 50. O serviço é fiscalizado pelo ICMBio e prefeitura municipal. Por causa da irregularidade, os operadores foram suspensos das atividades nas piscinas naturais por 30 dias.

Estudo do Projeto Recifes Costeiros (ONG) comprovou que a alimentação dada aos peixes nas áreas das piscinas naturais de Maragogi, também conhecidas como Galés, geram desequilíbrio ambiental e prejuízos à saúde dos animais.

Segundo ICMBio, a oferta de comida aos peixes, embora atraia muitos espécimes, e funcione como um chamariz aos turistas, é uma prática inadequada para a conservação da biodiversidade, em especial da comunidade de peixes recifais. Ela favorece o estabelecimento de uma ou duas espécies mais oportunistas e/ou agressivas (saberé, por exemplo).

About The Author