Navio Professor W. Besnard deve virar recife artificial na Ilha Bela

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Uma corrida contra o tempo para reverter a decisão da Universidade de São Paulo (USP) de destinar o navio de pesquisas oceanográficas Professor W. Besnard para sucata. Assim foi a reunião, no sábado (13), na sede da Praticagem de São Paulo, de um grupo de pessoas interessadas na história da embarcação que está atracada na região dos armazéns 7 e 8 do cais santista.

Entre elas estava o prefeito de Ilhabela, Antonio Luiz Colucci (PPS), que veio a Santos para o encontro, e apresentou o seguinte uso para o navio pertencente ao Instituto Oceanográfico da USP: que suas peças e equipamentos internos fiquem expostos em um anexo do Museu do Naufrágio (construído há dois anos na cidade) e que o casco seja transformado em recife artificial – após processo de descontaminação da carcaça e posterior naufrágio controlado.

A proposta foi apresentada ao governador Geraldo Alckmin na sexta-feira (12), em reunião informal no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do deputado federal João Paulo Papa (PSDB) e de Colucci. Ambos disseram que o governador mostrou-se simpático à ideia.

Em Santos, profissionais envolvidos com a embarcação, o comandante Waldir da Costa Freitas (que passou 35 anos a bordo do Besnard); o diretor de Relações Institucionais da Praticagem de São Paulo, o prático Fábio Mello Fontes (que participou de três expedições à Antártica dentro do navio); e o perito naval Antonio Alonso (responsável pela manutenção) participaram da reunião e receberam o projeto com muito entusiasmo – assim como o vice-diretor do Instituto Oceanográfico da USP e pesquisador Michel Michaelovitch de Mahiques.

Ele soube do projeto ontem, por meio de uma ligação telefônica de Papa, e declarou que o instituto lutava havia anos por uma destinação nobre para o navio.

“Quando estava na diretoria do instituto, eu tinha tentado várias saídas (para a embarcação). Cogitou-se, até, de levar o navio para São Paulo. Não vimos outra saída senão retirar e guardar o material de interesse histórico, como timão, manete, bússola, placas, sinos, e se desfazer do casco”, disse o pesquisador, que explicou que a pressa em retirar a carcaça do navio do cais deve-se à uma cobrança da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) por uma solução para o W. Besnard.

O vice-diretor do Instituto Oceanográfico também revelou que foi feita uma licitação para encontrar empresas dispostas a desmontar o navio para que ele seja vendido como sucata. Mas esta licitação ainda não foi publicada.

Para reverter a situação, Mahiques sugeriu aos participantes da reunião que fosse redigido um documento formal ao reitor da USP, Marco Antonio Zago, contendo a proposta do prefeito de Ilhabela. O ofício deverá ser encaminhado até a próxima quarta-feira (17).

Além disso, o grupo envolvido na reunião de ontem também entrou em contato com o professor ligado à reitoria da USP, Paulo Muzy, solicitando o cancelamento de um evento simbólico de despedida do navio, marcado para esta terça-feira (16), no Armazém 8.

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