Uma equipe de arqueólogos descobriu, na Grécia, restos submersos de uma cidade construída há cerca de 5 mil anos na região onda hoje está localizada a baía de Kiladha, no Golfo de Argos, no Mar Egeu. A descoberta faz parte do projeto Terra Submersa, lançado no ano passado para tentar traçar as origens das civilizações europeias, buscando rastros pré-históricos de atividade humana na região.
Com 1,2 hectare, é uma pequena cidade que data da Idade do Bronze, três milênios antes da era cristã, submersa no Golfo de Argos, na Costa do Peloponeso — disse Julien Beck, da Universidade de Genebra. — A história grega dessa região terá que ser reconsiderada à luz desta descoberta.
A temporada de pesquisas começou no dia 13 de julho, com foco na área da praia de Lambayanna, onde pistas foram encontradas na expedição do ano passado. E o que foi encontrado surpreendeu os pesquisadores: uma cidade costeira fortificada com 12 mil metros quadrados, em uma profundidade que varia entre um e três metros.
Construções com formas características da Idade do Bronze — ortogonais, circulares e em arcos —, assim como superfícies pavimentadas foram encontradas. Assim como partes do muro fortificado, e ao menos três imensas fundações em formato de ferradura, com 18 por 10 metros, ligadas a elas. De acordo com os pesquisadores, as estruturas podem ser restos de torres de observação.
Restos de cerâmica encontrados no assentamento são típicos do período Heládico Inferior I, entre 3.200 e 2.650 a.C., assim como ferramentas de pedra, lâminas de obsidiana e outros objetos. Estudos futuros em Lambayanna vão ajudar a reconstruir a História de uma possível rede de assentamentos dos primeiros tempos da Idade do Bronze, para melhor compreender a ocupação, trocas e atividade marítima na pré-história.
Beck explica que esse período histórico se baseava essencialmente na agricultura herdada do neolítico, mas começava a surgir uma inovação tecnológica: a metalurgia, e, junto com ela, a exploração de minérios e uma certa expansão demográfica.
É nesta época que assistimos os primeiros projetos de urbanização, talvez como reflexo do crescimento de uma economia de trocas marítimas — disse o pesquisador da Universidade de Genebra. — No campo da arquitetura, o autor grego Christos Doumas descreve pequenas casas retangulares, construídas em tijolos de barro cru assentados em pedra, separadas por ruas estreitas. Estabelecimentos no litoral são frequentemente cercados por um muro de pedra.
Além de Beck, lideram a expedição o diretor da Escola Suíça de Arqueologia na Grécia, Karl Reber, e o diretor do Serviço Grego de Antiguidades Submersas, Angeliki Simosi, além de Despina Koutsoumba, da mesma instituição.
Fonte: O Globo
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