Uma raia-diabo, conhecida por deslizar perto da superfície do mar, revelou-se uma das melhores mergulhadoras da natureza, capaz de fazer incursões em profundezas acessíveis por submarinos, informaram cientistas nesta terça-feira (1º).
Os pesquisadores implantaram gravadores de dados em 15 raias-diabo (“Mobula tarapacana”) no meio do Atlântico para observar aonde vão os peixes em forma de pipa e com estruturas similares a chifres na cabeça.
Os gravadores, que transmitem informação via satélite, registraram os movimentos das raias por nove meses.
Ao contrário da crença de que as raias seriam frequentadoras da superfície, a pesquisa mostrou que elas mergulham a grandes profundidades, superiores a 1.896 metros, onde as temperaturas chegam a apenas 3,6ºC.
“A ‘Mobula tarapacana’ encontra-se entre os maiores mergulhadores entre os animais marinhos”, revelou o estudo conduzido por Simon Thorrold, do Woods Hole Oceanographic Institution, em Massachusetts.
O recorde de profundidade de mergulho para um animal de respiração aérea é da baleia-bicuda-de-Cuvier, que mergulha a 2.992 metros de profundidade.
Entre os peixes, o mergulho mais profundo registrado é de 1.926m, por um tubarão-baleia, um animal muito maior do que as raias-diabo, de até três metros de comprimento e 350 quilos de peso.
Os pesquisadores deduziram que as raias se aquecem na superfície e reservam o calor para manter suas funções-chave nas temperaturas frias.
Parte da habilidade das raias consiste em descer em uma velocidade muito rápida, de até seis metros por segundo, ou 22 km/h.
As raias também são grandes viajantes, percorrendo até 49km por dia.
Apesar da descoberta, muitas informações sobre as arraias-diabo chilenas continuam desconhecidas — de que se alimentam, seu ciclo reprodutivo, e seu impacto na ecologia do fundo do mar.
Um grande número de arraias-diabo são mortas para sustentar a demanda por suas brânquias para uso na medicina tradicional asiática, ou são levadas acidentalmente durante a pesca de atum.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) atribui “dados deficientes” sobre as raias-diabo na sua lista de espécies em extinção.
O estudo foi publicando no jornal Nature Communications.
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