Nota do editor: Segundo matéria veiculada no portal G1, é assim que os membros do Propesca propõe resolver a situação dos incidentes com tubarões em Recife, tirem suas próprias conclusões, mas a meu ver isso foi apenas mais um ato provocativo, o homem desafia a natureza e impõe sua presença ao custo da sobrevivência de outras espécies, muitas espécies de tubarões estão próximas da extinção, a população mundial desses animais foi reduzida em mais de 90% nas últimas décadas, os tubarões são o topo da cadeia alimentar dos oceanos e regulam o sistema marinho, e se nada for feito para deter essa progressão, será o fim desses animais e consequentemente um desequilíbrio muito maior será notado nos mares de todo o mundo, causando o extermínio de outras espécies e a proliferação de outras, o detalhe é que isso impacta diretamente no uso dos oceanos como fonte de recursos para o ser humano, então no fim os verdadeiros prejudicados são os homens mesmo…
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“Não defendemos o extermínio de qualquer animal, apenas propomos ações preventivas de controle biológico para o equilíbrio do bioma marinho”. O aviso, dado no folheto do movimento Propesca, desconstrói a ideia formada por parte da população recifense, que acredita que o grupo se propõe a caçar tubarões predatoriamente. E foi com o intuito de esclarecer a população sobre isso que integrantes do movimento se reuniram na beira-mar de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na tarde desta sexta-feira (30).
O encontro – que contou com cerca de 50 pessoas, que comeram churrasco e tomaram caldinho feitos a partir de 40kg de tubarão da espécie Mako, comprados legalmente -, buscou ainda chamar a atenção do governo do estado e da Prefeitura do Recife. “Queremos conscientizar a sociedade civil em peso, com relação aos ataques de tubarão, ao longo desses 20 anos. As medidas que vêm sendo tomadas não tiveram nenhuma eficácia, até agora não houve resultado. A sociedade civil clama por uma resposta”, afirma Bruno Pantoja, engenheiro de pesca e idealizador do Propesca.
O surfista Bruno Amaro, 32, conheceu o movimento através de Pantoja, de quem é amigo: “Acho que o movimento pode unir duas coisas muito interessantes, que é a continuação das pesquisas em relação à problemática dos tubarões com uma solução imediatista, que é a pesca artesanal não predatória. Queremos tentar equilibrar a situação”, descreve.
“A pesca desordenada e predatória é um agravante. O que nós propomos é uma política estruturante de ordenamento da pesca, com monitoramento e um programa de educação ambiental”, explica Pantoja, ao detalhar que o Propesca prevê a conscientização dos pescadores para evitar a captura de tubarões do tipo lixa, por exemplo, que estão em extinção.
No manifesto divulgado pelo grupo, algumas iniciativas desejadas pelos manifestantes são descritas. Entre elas está a implantação de um sistema de segurança para os banhistas e desportistas aquáticos. “Isso seria feito com a implantação de telas rígidas, retráteis, de dupla galvanização, com material anti-incrustante, ao longo de toda a costa da Região Metropolitana”, explica Pantoja.
Outras ações sugeridas pelo projeto são a fiscalização e o monitoramento do desembarque pesqueiro, programas de apoio aos animais ameaçados de extinção e inclusão de jovens de baixa renda à prática de esportes náuticos. “Ao invés de matarmos os animais em peso, vamos afugentá-los. Caso eles consigam, de forma ínfima, passar pela rede de proteção, sirenes ligadas à rede soariam, para a evacuação da área”, detalha o engenheiro de pesca.
O grupo pretende ainda monitorar o ecossistema de mananciais e manguezais, a fim de cobrar do governo a preservação dessas áreas. “É uma questão importante dentro desse contexto. A poluição faz com que 67% do esgotamento sanitário da Região Metropolitana seja lançado diretamente dentro dos rios, obrigando esses animais a procurar outro habitat para se refugiar, reproduzir e alimentar”, esclarece Pantoja.
’20 anos de ataques‘
Pesquisador de ataque de tubarões e ex-coronel do Corpo de Bombeiros, Neyff Souza também se interessou pelas propostas do Propesca. “Pesquiso o assunto desde 1980 e estou dando apoio ao grupo porque é uma representatividade da sociedade civil, criada para cobrar os resultados das pesquisas que foram feitas nestes 20 anos de ataque”.
“Temos aqui ataques históricos, como o de um padre franciscano em 1947, alguns nos anos 1960, poucos nos anos 1980 e, com toda a devastação de meio ambiente e também o afluxo de pessoas e o advento mais efetivo de esportes náuticos, um aumento de ataques desde os anos 1990. O que nos preocupa é que, em lugares que registraram ataques, as pessoas querem logo caçar o tubarão, ao invés de verificar o porquê de ele estar atacando”, explica Souza.
Ainda de acordo com Bruno Pantoja, o Propesca pretende ainda buscar apoio junto ao Ministério Público de Pernambuco: “Estamos solicitando ao MPPE que se conscientize e reflita sobre as questões ambientais e a problemática dos ataques de tubarão. E, principalmente, vidas humanas que estão sendo interrompidas”.
A atuação do Cemit
Entre as críticas do movimento está a atuação do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). O surfista Arthur Tavares usou como exemplo as placas colocadas ao longo da beira-mar de Boa Viagem: “Existem muitas informações erradas ou desnecessárias, e essa é a forma que eles usam para prevenir ataques. Nessa frase em que eles falam para não entrar sozinho no mar, por exemplo… Como assim? Se eu estiver acompanhado, o tubarão não vai atacar? Isso é um absurdo”, critica.
Por sua vez, Rosângela Lessa, presidente do Cemit, diz que tem trabalhado incessantemente, nos últimos oito anos, desenvolvendo pesquisas que resultaram em uma diminuição dos ataques. “Hoje temos taxas que são pelo menos 30 vezes menores do que as que já tivemos no início desses incidentes. Então muito do que se tem hoje, na diminuição dos ataques de tubarão, se deve às políticas do Cemit. E esses resultados podem ser vistos nas placas que estão distribuídas ao longo da orla de Pernambuco, com advertências. Cada uma dessas advertências corresponde a frutos das pesquisas desenvolvidas no período”, explica.
“A placa de advertência é a ação que mais aparece. E se a gente tivesse que passar qualquer mensagem para a população, para minimizar ataques, é que sigam o que está nas placas de advertência. Além disso, desde 2004 existe um projeto de educação ambiental importante, no sentido de conscientizar a população. Existe também um projeto de pesquisa que tem gerado grande conhecimento em relação às espécies que têm usado essa região como habitat”, acrescenta Lessa.
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