Estrela Magnetar Desperta Após Uma Década de Silêncio

Cientistas utilizando o radiotelescópio Murriyang, localizado na Austrália, detectaram o retorno da atividade de uma estrela magnetar depois de um período de cerca de dez anos. Essas estrelas pertencem a uma classe de objetos celestes conhecidos por possuírem os campos magnéticos mais intensos do Universo.

O magnetar em questão, denominado XTE J1810-197, é o mais próximo da Terra, localizado a uma distância de oito mil anos-luz. Seu último registro de atividade remonta a 2003, e a recente observação revelou um fenômeno peculiar: a estrela está emitindo luz polarizada de forma circular, um comportamento diferente do observado em outras magnetars.

O que é um Magnetar?

Um magnetar é uma estrela composta principalmente de nêutrons, caracterizada por sua densidade extrema, tamanho reduzido, altíssima temperatura e rápida rotação. Além disso, possui um campo magnético extraordinariamente poderoso, capaz de gerar emissões de raios X e gama.

Essas estrelas são o resultado do colapso de estrelas massivas no final de suas vidas. Em certas condições, se a estrela tiver massa suficiente, pode se transformar em um buraco negro.

Radiação da XTE J1810-197

Normalmente, a radiação emitida por magnetars é polarizada, ou seja, as ondas de luz vibram em uma direção específica. No caso da XTE J1810-197, os registros mostram uma emissão de raios em espiral movendo-se pelo espaço.

O Dr. Marcus Lower, pesquisador de pós-doutorado na Agência Nacional de Ciência da Austrália e líder do estudo, observou: “Ao contrário dos sinais de rádio observados em outros magnetars, este está emitindo enormes quantidades de polarização circular rapidamente mutante. Nunca vimos algo assim antes.”

Uma possível explicação para esse fenômeno é a presença de um plasma superaquecido sobre o polo magnético do magnetar, agindo como um filtro polarizador e modificando a radiação emitida pela estrela.

Essas descobertas fornecem insights valiosos sobre a física dos campos magnéticos e o ambiente em torno dessas estrelas, enriquecendo nosso entendimento do cosmos.

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