Pesquisadores conduziram uma série de mergulhos em Fernando de Noronha e constataram o branqueamento dos corais na região, atribuído ao aumento da temperatura do oceano. O levantamento de dados foi realizado pelo Programa Observadores da Natureza para o Desenvolvimento Ambiental nas Ilhas Oceânicas (Onda-Iloc), em colaboração com o Projeto Coral Vivo e o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).
De acordo com Marina Sissini, pesquisadora envolvida no estudo, este é o quarto branqueamento global de corais. “Foram dez semanas de estresse térmico acumulado, um índice que prevê o branqueamento. Apesar de imaginarmos que o fenômeno poderia não ocorrer em Noronha devido à sua preservação e proteção contra impactos humanos como a poluição”, afirmou Sissini, ressaltando que o branqueamento foi constatado já no primeiro mergulho na região da Sapata, a uma profundidade de 22 metros.
Além disso, corais branqueados foram avistados em áreas rasas, com até 100% dos corais da espécie Siderastrea sp afetados. “Sabemos que, nessas áreas mais rasas, o coral sofre o branqueamento, mas tem capacidade de recuperação. No entanto, identificamos também colônias de Montastraea cavernosa, em torno de 20 metros de profundidade, em situação crítica”, acrescentou a pesquisadora.
O professor Paulo Hora, da UFSC, expressou sua preocupação com a situação, afirmando que nunca havia presenciado algo semelhante em suas décadas de mergulho na ilha. “Isso deixou uma cicatriz na minha alma. Se observamos o branqueamento em Fernando de Noronha, é um sinal alarmante e que requer atenção imediata”, alertou.
O aumento da temperatura dos oceanos, causado pelas emissões de gases de efeito estufa, foi apontado como a principal causa desse fenômeno. O pesquisador indicou a necessidade de soluções urgentes para lidar com esse problema.
More
The Virus Discovered in the Depths of the Coast of RJ Named After Indigenous Mythology
Why Is the Ocean Salty If It Receives Fresh Water from Rivers?
Lucy: The Fossil That Transformed the Study of Human Evolution