Cientistas australianos anunciaram nesta quinta-feira (3) a descoberta dos recifes de corais mais profundos já encontrados. A equipe da Universidade de Queensland encontrou a formação a 125 metros de profundidade, sendo que os mais profundos conhecidos anteriormente não ultrapassavam, segundo eles, a barreira dos 70 metros.
Os corais são animais cnidários – mesmo filo das águas-vivas – que formam colônias fixas no solo do mar, os recifes de corais, que servem também de abrigo para outras espécies. Eles se alimentam principalmente de pequenas algas que se juntam no entorno.
A equipe liderada por Ove Hoegh-Guldberg fez a descoberta com a ajuda de um robô submarino, e agora deve desenvolver novos conhecimentos sobre o surgimento dessas colônias. Os corais foram encontrados perto do Estreito de Torres, a ponta no extremo norte do estado de Queensland, no Nordeste da Austrália.
Dois fatos surpreenderam os pesquisadores. Em volta do coral, eles encontraram algas capazes de fazer fotossíntese, apesar do escuro intenso dos 125 metros de profundidade. A outra dúvida é em relação à reprodução dos corais. Perto da superfície, a luz da lua orienta os animais na desova que leva à formação de novos corais.
“Ainda não sabemos a resposta para isso, eles devem estar fazendo coisas muito diferentes do que os corais de locais rasos fazem”, apontou Hoegh-Guldberg.
Em geral, os corais estão cada vez mais ameaçados pela acidificação dos oceanos – uma consequência do aumento das emissões de carbono. Como eles abrigam ecossistemas inteiros, a perda desses animais teria impacto sobre várias espécies marinhas.
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