Rota migratória para o nordeste passa pelas águas costeiras da cidade. Exposição no Jardim Botânico vai exibir registro dos gigantes marinhos
Nem só turistas do mundo inteiro estão aproveitando a orla carioca neste inverno. As águas costeiras da cidade têm recebido outras visitantes ilustres: as baleias-jubarte. Nesta época do ano, esses mamíferos partem em rota migratória para o nordeste do Brasil, área onde se reproduzem e dão cria. A informação é do Projeto Ilhas do Rio, que vem fazendo um levantamento detalhado sobre a biodiversidade das Ilhas Cagarras. Uma das linhas de pesquisa do projeto é o monitoramento de cetáceos (golfinhos e baleias) que utilizam o arquipélago como refúgio e procriação. Na última semana, durante uma das saídas, os pesquisadores avistaram uma baleia jubarte, enorme e fizeram vários registros exclusivos dos animais.Em 5 de junho passado, no Dia Mundial do Meio Ambiente, a Ministra Izabella Teixeira anunciou que as baleias-jubarte tinham saído da lista de animais ameaçados de extinção, por causa das últimas estimativas populacionais, passando a ser classificadas como animais quase-ameaçados. As ameaças a que a espécie está sujeita, no entanto, ainda são inúmeras e de grande impacto. “Basta imaginar esses animais buscando abrigo em águas costeiras do Rio de Janeiro, uma das áreas de maior tráfego de embarcações, além de fortemente poluída”, afirma Liliane Lodi, responsável pelo monitoramento dos cetáceos. É preciso alertar a população, ainda, que a observação por leigos desses gigantes marinhos deve ser feita à distância. Praticantes de stand up paddle (SUP) têm se aproximado dos animais e precisam ser alertados do risco que estão correndo. Apesar de amistosa, a baleia-jubarte é uma espécie curiosa e, dadas suas dimensões impressionantes – em torno de 40 toneladas e 16 metros de comprimento -, acidentes podem acontecer.
O Ilhas do Rio, que existe desde 2011, vem monitorando as ocorrências da espécie, fazendo identificações dos indivíduos e promovendo uma campanha educativa nas redes sociais. O projeto promoverá, nos dias 19 e 20 de julho, uma exposição no Parque Jardim Botânico com fotos, vídeos em 3D com imagens submarinas e mais de 50 amostras de animais que fazem parte da coleção do Museu Nacional. Na mostra, montada dentro de um caminhão adaptado, os visitantes poderão conferir ainda um microscópio para análise de micro-organismos, além de um mostruário das espécies de plantas retiradas das ilhas.
A pesquisa do Projeto Ilhas do Rio no Monumento Natural das Ilhas Cagarras é pioneira. Todos os registros feitos são inéditos e vão servir de base para a elaboração do plano de manejo da região que em 2010 tornou-se a primeira Unidade de Conservação Marinha de Proteção Integral do litoral carioca sob a gerência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Em 2014, além do arquipélago também foram incorporadas as ilhas Maricas, Tijuca e Rasa.
More
The Virus Discovered in the Depths of the Coast of RJ Named After Indigenous Mythology
Why Is the Ocean Salty If It Receives Fresh Water from Rivers?
Lucy: The Fossil That Transformed the Study of Human Evolution