Uma Perspectiva Visual do Futuro Ameaçador

Com o início da 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28) em Dubai, Emirados Árabes Unidos, a organização sem fins lucrativos Climate Central revelou imagens de 196 cidades ao redor do mundo, pintando um sombrio quadro do futuro sob o aquecimento global.

As imagens, que combinam previsões de aumento do nível do mar devido ao aquecimento global com dados de elevação local, visualizam as mudanças nas cidades à medida que a temperatura global se eleva. Se as emissões de carbono forem drasticamente reduzidas e o aumento da temperatura global for mantido abaixo de 1,5 grau Celsius em comparação com os níveis pré-industriais, as cidades não mostram grandes diferenças em relação ao presente. No entanto, com um aumento de 3 graus Celsius, vemos ruas e estradas submersas, e até mesmo cidades inteiras inundadas, uma visão que costumávamos associar apenas a filmes de desastres, mas que agora pode se tornar realidade.

Em um cenário de aumento de 3 graus Celsius, o National Mall em Washington, DC, transforma-se em um enorme lago, a praça da Catedral em Havana fica completamente submersa e em Mumbai, árvores inteiras ficam debaixo d’água devido à elevação do nível do mar.

Fukuoka, no Japão, se torna uma cidade completamente submersa, com apenas os telhados à vista, enquanto arranha-céus em Guangzhou, na China, desaparecem sob as águas. Em Londres e Glasgow, estradas e pontes se tornam rios navegáveis, ameaçando pontos turísticos como o Palácio de Buckingham.

Os cientistas climáticos alertam que a temperatura global, atualmente 1,2 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, provavelmente ultrapassará o limite prometido de 1,5 grau Celsius nos próximos anos.

Em 2015, na COP21 em Paris, 195 países assinaram o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, comprometendo-se a limitar o aumento da temperatura global a menos de 2 graus Celsius, preferencialmente a 1,5 grau Celsius. Cientistas alertam que ultrapassar esses limites pode resultar em consequências severas para os ecossistemas e a humanidade como um todo.

Com a contínua mudança climática, geleiras derretem, elevando o nível do mar e ameaçando cidades costeiras, áreas baixas e pequenos países insulares. De acordo com o Climate Central, cerca de 385 milhões de pessoas vivem em áreas em risco de inundação e um aumento de 3 graus Celsius pode levar à submersão de cerca de 10% das áreas habitadas do mundo, afetando aproximadamente 800 milhões de pessoas.

Países asiáticos, incluindo China, Índia, Vietnã e Indonésia, são apontados como os mais vulneráveis ao aumento do nível do mar. O relatório da Iniciativa de Interdependência Climática revela que até o final deste século, devido a eventos climáticos extremos como enchentes, tempestades e incêndios, 16.245 hospitais em todo o mundo serão total ou parcialmente fechados, com 71% desses em países de baixa renda e em desenvolvimento.

Essas análises sublinham como as ameaças decorrentes das mudanças climáticas se estendem além do meio ambiente, impactando diretamente a saúde pública global. A necessidade de ações imediatas e significativas para combater o aquecimento global torna-se cada vez mais urgente.