Um grupo de personalidades, incluindo o filho do comandante Jacques-Yves Cousteau e o príncipe Albert de Mônaco emitiram nesta quinta-feira (11), em Paris, um apelo a favor da proteção dos habitats do alto-mar, prejudicados pelo saque de recursos e pela poluição generalizada.
Esta ação tenta voltar a mobilizar a comunidade internacional, que, na conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em junho de 2012, se comprometeu em cuidar urgentemente das zonas marinhas situadas fora das águas territoriais, que significam 64% dos oceanos, embora não tenha alcançado compromissos vinculantes, o que provocou a decepção das ONGs.
“Há 68 anos, meu pai me lançou ao mar e nestes 68 anos vi a deterioração dos oceanos”, declarou Jean-Michel Cousteau, filho do comandante Cousteau e signatário do apelo, apresentado em uma conferência organizada no Conselho Econômico Social e Ambiental francês (CESE).
Os habitats de alto-mar são “o núcleo da sobrevivência da humanidade, nos alimentam, nos fornecem a metade de nosso oxigênio, equilibram nosso clima e sequestram a maior parte de nossas emissões de gases de efeito estufa”, afirma o comunicado. “Mas hoje as zonas de alto-mar se converteram, em parte, em um local sem lei, vítima do saque dos recursos até em suas maiores profundezas, da poluição generalizada (…) do tráfico”.
Proteção dos mares
Os signatários pedem que as negociações previstas para começar em 2014, no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas, permitam “a criação de um instrumento internacional de proteção da biodiversidade em alto-mar”.
As negociações devem abordar “a preservação dos ecossistemas” e “o acesso e a distribuição dos benefícios vinculados à exploração dos recursos genéticos marinhos”.
A ministra francesa de Ecologia, Delphine Batho, declarou que a França, que possui o segundo maior domínio marítimo mundial, quer que este instrumento seja adotado “no fim de 2013 durante a próxima Assembleia Geral” da ONU.
A proteção dos oceanos se tornou uma das principais bandeiras da ONU. Havia uma grande expectativa para que a proteção dos oceanos recebesse uma atenção especial na Rio+20.
O texto final da conferência reconhece a importância do tema, mas não estabelece novas regras de proteção e também não define o que fazer em relação às águas internacionais. Metade de toda a água salgada do mundo não está sujeita a nenhuma lei ou controle.
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