Morre um dos principais cientistas marinhos do Brasil

Gilberto Menezes Amado Filho, pesquisador titular do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, morreu nessa sexta-feira, 15 de março de 2019, aos 59 anos, em decorrência de um acidente na Praia da Juatinga, na capital fluminense.

O cientista era Pesquisador Nível 1 , membro do comitê assessor em oceanografia, e um dos coordenadores do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No âmbito estadual era Cientista do Estado e conselheiro da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Destacou-se por sua contribuição em estudos sobre a biodiversidade marinha e os recifes da Amazônia, Abrolhos e ilhas oceânicas brasileiras. Atuou em projetos sobre poluição marinha por metais pesados e biologia celular, tendo sido o primeiro brasileiro a receber o Prêmio Luigi Provazoli, pela descoberta de uma nova organela celular. No momento estava dedicado a estudar os efeitos do Desastre de Mariana sobre o oceano.

Formado em Biologia Marinha (1985), fez mestrado no Museu Nacional e doutorado no Instituto de Biofisica Carlos Chagas Filho, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi diretor da Escola Nacional de Botânica Tropical e atuou em diversos Programas de Pós-Graduação, onde formou 19 mestres, 14 doutores e 14 pós-doutores. Publicou mais de 130 trabalhos científicos.

Descrito por colegas e amigos como um líder, era apaixonado por sua instituição e pela ciência, destacando-se por agregar pesquisadores de diversas instituições nacionais e estrangeiras, sempre enfatizando a importância dos trabalhos em campo nos domínios inexplorados do Oceano. Seu legado pessoal e científico certamente influenciará as próximas gerações de cientistas marinhos. Deixa mãe, esposa, filha, duas irmãs e sobrinhos.

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