Descobertos genes que impedem a calcificação de cartilagens em tubarão

(Foto: Divulgação/NOAA)
(Foto: Divulgação/NOAA)

Pesquisadores da Espanha sequenciaram o genoma do tubarão-elefante (Cetorhinus maximus) e encontraram genes que impedem a calcificação das cartilagens, o que pode abrir novas vias de estudo voltados a doenças ósseas como a osteoporose, de acordo com a revista “Nature”, que teve publicada nesta quinta-feira (9) sua edição impressa.

A pesquisa foi liderada pelo Instituto Molecular e Biologia Celular de Cingapura, apoiado pelo Instituto de Biologia Evolutiva da Universidade Pompeu Fabra de Barcelona.

A missão do instituto espanhol foi comparar o genoma do tubarão-elefante, um peixe cartilaginoso, com o peixe-zebra, que tem ossos calcificados.

Os cientistas queriam descobrir quais são as mudanças genéticas que fazem com que alguns ossos sejam de cálcio e outros permaneçam em estado cartilaginoso, como é o caso do tubarão-elefante, considerado o mais antigo vertebrado com mandíbula.

Para o professor Tomás Marquès-Bonet, a importância da pesquisa está em ajudar a esclarecer “qual é a base genética dos ossos calcificados, ou seja, o que os torna duros e resistentes”.

Espécie tem genoma fácil de pesquisar
A equipe de Marquès-Bonet descobriu um pequeno grupo de genes que os tubarões não tinham em relação aos vertebrados ósseos, o que explica seus ossos permanecerem cartilagem em vez de calcificar. O investigador espanhol explicou que elegeram o tubarão-elefante porque a espécie tem um genoma pequeno, aproximadamente um terço do humano.

“Apresentamos a primeira base genética da calcificação, o que abre a porta para novos conhecimentos para compreender e tratar doenças ósseas como a osteoporose, e para saber como se formam os ossos ou os depósitos de cálcio”, explicou Marquès-Bonet.

O trabalho também constatou que o genoma do tubarão elefante tem a evolução mais lenta de todos os vertebrados, o que o coloca como referência para estudos comparativos destinados a melhorar a compressão do genoma humano. “Este trabalho demonstra o poder da genética comparativa como ferramenta para entender os processos biológicos mais básicos”, afirmou o cientista.

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