Se mergulho fosse uma modalidade das Olimpíadas da Natureza, a medalha de ouro já estaria garantida para as baleias-bicudas-de-cuvier. Elas são uma espécie de baleia que, apesar de precisar respirar oxigênio para sobreviver, como todos os mamíferos, passam cerca de 2 horas e 17 minutos embaixo da água, ficando menos de dois minutos na superfície entre um mergulho e outro. E mais: a profundidades de aproximadamente 3 km, o que corresponde aos mergulhos mais profundos e longos já documentados entre os mamíferos marinhos.
Segundo Greg, líder da pesquisa que chegou a esses valores, “muitas criaturas vivem nas profundidades que essas baleias alcançam, incluindo sua presa principal: lulas e peixes. Mas, existe uma grande diferente entre as baleias e as outras criaturas que vivem nas profundezas do oceano: o requisito fundamental de respirar ar na superfície”.
Ou seja: o fato de obrigatoriamente ter que respirar na superfície para sobreviver e segurar a respiração durante um longo mergulho, e a pressões que chegam a ser mais de 250 vezes maiores que no nível da água, é realmente surpreendente.
Só para você ter uma ideia de como este é um feito e tanto, o tempo máximo que uma pessoa conseguiu segurar a respiração embaixo d’água foi de 22 minutos, de acordo com o Guinnes Book (o famoso livro dos recordes). E, claro, uma pessoa também jamais conseguiria suportar a pressão da água a 3 km de profundidade. Seria de esmagar os ossos.
Baleias-bicudas-de-cuvier
As baleias-bicudas-de-cuvier são amplamente distribuídas em várias regiões de águas profundas dos trópicos. Medem cerca de 7 metros de comprimento e têm corpos robustos, em forma de torpedo. E o mais curioso é que elas contam com uma expressão vagamente sorridente, por causa do formato do seu bico curto.
Elas podem ter diversas cores, que variam de cinza a castanho-avermelhado e um branco meio pálido. Algumas são cheias de cicatrizes, causadas provavelmente por machos na hora de disputar uma fêmea.
Pesquisa
Para realizar a pesquisa, os cientistas da equipe de Schorr acompanharam oito baleias ao longo da costa do sul da Califórnia (EUA). Usando etiquetas ligadas a satélites, que foram pregadas à barbatana dorsal dos mamíferos com dois dardos de titânio, eles conseguiram coletar dados sobre tempo de mergulho, profundidade máxima alcançada e intervalo entre um mergulho e outro. As baleias foram marcadas em 2010, 2011 e 2012, e durante o tempo do estudo, fizeram mais de 3.700 horas de mergulho.
Fonte: Reuters
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